Cientistas de Brasília vão ao Ártico estudar musgos com uso potencial na indústria, no agro e na medicina
26/07/2025
(Foto: Reprodução) Cientista brasiliense analisando musgo
Arquivo pessoal/Divulgação
Pesquisadores da Universidade Católica de Brasília (UCB) embarcam neste mês para uma expedição científica no Círculo Polar Ártico. A missão faz parte do projeto Briotech, que investiga musgos nativos das regiões polares com potencial para aplicações em áreas como medicina, indústria e agronegócio.
A equipe que sairá de Brasília é composta por dois professores e duas estudantes de graduação, ambas bolsistas integrais do Prouni.
As alunas, Thaissa Mendes e Maria Karollina farão sua primeira viagem para para o exterior.
“Poder viajar para outros países, coletar as amostras em campo e entender de perto como que a ciência acontece fora do laboratório amplia muito minha visão como estudante e como pessoa”, diz Thaissa.
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O projeto é parte dos programas de pós-graduação stricto sensu em Ciências Genômicas e Biotecnologia e em Gerontologia, ambos da Universidade Católica de Brasília (UCB). Em anos anteriores, foram realizadas cinco missões para a Antártica e duas para o Ártico.
Vídeo de estudante que vai para o Ártico estudar musgos
Como vai ser a pesquisa?
A pesquisa começa com a coleta de espécimes na Lapônia finlandesa e sueca, entre os dias 26 de julho e 9 de agosto.
Depois, os musgos serão levados para cultivo em laboratório, onde serão analisados para extração de compostos com interesse biotecnológico.
Os pesquisadores buscam explorar o potencial das briófitas em ambientes extremos, como o Ártico e a Antártica.
A pesquisa pode abrir caminho para novas soluções em saúde e tecnologia, aproveitando características únicas desses musgos que sobrevivem em condições climáticas severas.
Estudos anteriores indicam que esses organismos podem contribuir para o tratamento de câncer, combate a bactérias resistentes, além de aplicações cosméticas e genéticas na agricultura.
Paisagens deslumbrantes e travessias de carro sobre lagos congelados: uma expedição ao Círculo Polar Ártico
Conheça as estudantes que vão para o Ártico
Thaissa Mendes, 22 anos, vai para o oitavo semestre de Farmácia. Ela estudou a vida toda em escola pública e concluiu o ensino médio no Instituto Federal de Goiás em Luziânia, juntamente com um curso técnico em Química.
Começou a graduação em 2022, como bolsista integral do Prouni. Mesmo com o desafio diário de quase duas horas para ir e voltar de casa para a faculdade, o esforço a levou a sua primeira viagem de avião, e ainda, para o exterior.
Ela ingressou no programa de iniciação científica no segundo semestre do curso. Ao longo dos anos, no Briotech, ela ficou responsável pelo cultivo in vitro de algumas espécies de musgos vindos da Antártica e do Ártico.
Atualmente, trabalha na produção de biomassa a partir da segunda espécie, coletada na última expedição da UCB ao Ártico. O estudo em laboratório será usado também no trabalho de conclusão de curso da estudante.
Maria Karollina Gonçalves, 30 anos, queria estudar Medicina, mas se encontrou na Odontologia. Estudou em um cursinho on-line preparatório para o Enem, pois era o que conseguia pagar na época. Começou a graduação em 2022, aos 27 anos, também com bolsa de 100% do Prouni.
Ela é estudante de iniciação científica desde o segundo semestre do curso. Autualmente, Karollina trabalha na manutenção de três espécies de briófitas vindas da Antártica.
Além disso, desenvolve um projeto próprio dentro do Briotech, que também será o tema do trabalho de conclusão de curso. A pesquisa busca tornar a prática clínica cada vez mais segura e eficiente, tanto nos consultórios odontológicos quanto em hospitais
Veja a jornada a rota da expedição:
Jornada da expedição dos brasilienses que vão para o Ártico estudar musgos
Divulgação
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