Naipi e Tarobá: Um Conto Ancestral que Pulsa nas Águas de Foz do Iguaçu

  • 26/07/2025
(Foto: Reprodução)
Muito antes de Foz do Iguaçu se tornar o Destino turístico conhecido que é hoje, as histórias dos povos originários da região já circulavam pela mata, passadas oralmente entre gerações. Uma dessas histórias, de grande importância simbólica, é a lenda de Naipi e Tarobá. Mais do que um conto tradicional, essa narrativa Kaingang ajuda a compreender a espiritualidade do território e reforça o vínculo cultural entre o povo e a natureza. A seguir, você vai conhecer os principais elementos da lenda, sua presença no imaginário local e as formas pelas quais ela ainda se manifesta nos dias de hoje. Quem era Mboi: entidade temida e respeitada Na mitologia Kaingang, Mboi era uma divindade com corpo de serpente. Guardião das águas e da região das Cataratas, sua figura representava o poder da natureza sobre o destino humano. Segundo a tradição, todos os anos era necessário oferecer uma jovem ao deus como forma de manter a harmonia entre as forças naturais e a comunidade. Esse sacrifício ritualístico era parte de um ciclo espiritual que marcava o calendário da aldeia. Em uma dessas cerimônias, a escolhida foi Naipi, uma jovem admirada por sua beleza e doçura. Naipi e Tarobá: o amor que desafiou o sagrado Naipi foi criada entre cânticos e ensinamentos ancestrais, aprendendo a respeitar os mistérios da floresta e os deuses. Quando foi indicada para o ritual, a decisão foi recebida com pesar pela comunidade. Mas uma voz se ergueu contra esse destino: a de Tarobá. Tarobá era um jovem guerreiro, conhecido por sua coragem e ligação com a terra. Apaixonado por Naipi, recusou-se a aceitar que ela fosse sacrificada e, na véspera da cerimônia, fugiu com a amada em uma canoa pelo Rio Iguaçu. A fuga, no entanto, despertou a fúria de Mboi. Divulgação Divulgação A formação das Cataratas do Iguaçu Enfurecido, Mboi mergulhou nas profundezas da terra, provocando uma enorme ruptura no leito do rio. O resultado foi a formação das Cataratas do Iguaçu, onde a água passou a despencar com grande força. Segundo a lenda, a canoa dos jovens foi engolida pelas quedas. Como punição, o deus transformou Naipi em uma rocha no centro das Cataratas, e Tarobá em uma palmeira próxima, permanentemente inclinada em direção a ela, sem nunca tocá-la. Dizem que, em dias nublados, é possível sentir a presença dos dois na força das águas e no vento que sopra entre as folhas. Um símbolo presente na cultura de Foz do Iguaçu A história de Naipi e Tarobá é contada até hoje como parte da identidade cultural de Foz do Iguaçu. Ela está presente no folclore local, em manifestações artísticas, na literatura e no turismo da região. Muitos guias e moradores relatam que visitantes sentem algo diferente ao chegar às quedas: uma sensação difícil de explicar, como se a natureza carregasse algo sagrado. A lenda também reforça a importância de valorizar as raízes dos povos originários da região e compreender as Cataratas não apenas como atração natural, mas como um território carregado de significados, onde espiritualidade, biodiversidade e história se encontram. Uma visita às Cataratas: onde a lenda ganha forma Para quem visita o Parque Nacional do Iguaçu, a experiência vai além da contemplação da natureza. Locais como a Garganta do Diabo, onde o volume de água atinge seu ápice, são frequentemente associados à lenda de Mboi. Alguns mirantes permitem observar, ao longe, formações rochosas que alimentam o imaginário popular sobre a rocha de Naipi e a palmeira de Tarobá. Guias locais muitas vezes compartilham trechos da história durante os passeios, reforçando o papel simbólico da paisagem. Essa conexão entre o espaço físico e o conteúdo simbólico torna a experiência mais rica e memorável. Divulgação Lenda encenada no Marco das Três Fronteiras A narrativa de Naipi e Tarobá também é destaque nas apresentações do Marco das Três Fronteiras, um dos principais pontos turísticos da cidade. O "Show Lenda das Cataratas" é um espetáculo com dança, figurinos e trilha sonora que reconta a lenda de forma sensível e acessível ao público. A apresentação ocorre diariamente, ao pôr do sol. O Marco das Três Fronteiras funciona todos os dias, das 15h30 às 21h, com ingressos disponíveis online ou na bilheteria. Moradores de Foz têm entrada gratuita mediante apresentação de documento com foto e comprovante de residência. As Ruas que Contam a Lenda de Naipi e Tarobá Em Foz do Iguaçu, as ruas Naipi e Tarobá não são apenas vias de tráfego, mas também uma homenagem viva à lenda. A presença desses nomes na cidade de Foz do Iguaçu, também se estende a bairros como Jardim Naipi e Jardim Tarobá, e diversas empresas que adotaram esse nome em homenagem à lenda. É um lembrete constante da rica cultura dos povos originários e da forma como a lenda moldou não apenas a paisagem natural, mas também a identidade e o imaginário da região. Da lenda à prática: educação e cultura A força simbólica da lenda inspirou a criação de uma empresa local: a Naipi e Tarobá, associada ao Visit Iguassu. O nome carrega um compromisso com a cultura e com a valorização das histórias que moldam o território. Entre as iniciativas da marca estão a produção de uma diversa gama de produtos que unem o resgate cultural, valorização da cultura local e projetos de apoio à população. De livros infantis, presentes em escolas públicas e particulares da cidade, oficinas com participação comunitária e incentivo ao trabalho de artesãos locais. Em 2022, os personagens se tornaram os mascotes oficiais das Olimpíadas Estaduais da APAE. Essas ações reforçam o vínculo entre a lenda e a comunidade, utilizando a narrativa como ferramenta de educação, inclusão e identidade. O projeto também é reconhecido por promover a conscientização sobre o respeito à diversidade cultural e à preservação do meio ambiente. Divulgação Um convite à reflexão e ao pertencimento Mais do que uma história do passado, a lenda de Naipi e Tarobá continua viva no presente. Ela convida moradores e visitantes a enxergarem o Destino Iguaçu com outros olhos — reconhecendo que a paisagem não é apenas um cenário, mas também uma memória. Ao visitar as Cataratas do Iguaçu, assistir ao espetáculo no Marco das Três Fronteiras ou adquirir brindes inspirados na lenda, cada pessoa tem a oportunidade de se conectar com esse símbolo regional. A história de Naipi e Tarobá lembra que o amor, a resistência e o respeito à natureza continuam relevantes, e que tradições orais têm o poder de atravessar o tempo. Explorar Foz do Iguaçu é também uma forma de escutar essas histórias. Valorizar esse patrimônio imaterial é um passo importante para manter viva a identidade local e compreender a profundidade cultural por trás de cada atrativo natural. Na próxima visita às Cataratas do Iguaçu, olhe com atenção. O som das águas talvez carregue não só a força do rio, mas também a memória de um povo e de um amor que nem o tempo foi capaz de apagar. Quer saber como aproveitar o melhor das Cataratas do Iguaçu? Clique aqui e confira o artigo que preparamos sobre trilhas no Parque Nacional do Iguaçu.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/visit-iguassu/visite-foz-do-iguacu/noticia/2025/07/26/naipi-e-taroba-um-conto-ancestral-que-pulsa-nas-aguas-de-foz-do-iguacu.ghtml


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